9 de set. de 2015

Justificativa incompatível com o bem geral (HOBBES)

Uma justificativa em que eu me comprometa a não me defender do descaso com a coisa pública com a afirmação de não gostar de política é sempre irracional. Porque ninguém pode transferir ou renunciar a seu direito de fazer parte das decisões que interferem na qualidade de vida em seu país. Os ferimentos ou miséria são gerados pela renúncia ao direito político, portanto, a ideia do não envolvimento político representa uma loucura e é incompatível com países civilizados.
A transferência de direitos em qualquer circunstância deve ser um mal menor que a não transferência e quando abrimos mão de direitos políticos o mal é sempre maior.  Isso é incompatível com qualquer pacto, embora se possa fazer pactos nesses termos, o homem escolhe por natureza o mal menor, que é a possibilidade de decidir o que fazer em sua sociedade.
  Um pacto no sentido de alguém permitir que outros roubem a si mesmo é igualmente inválido. Pois na condição de natureza, em que todo homem é juiz, não há lugar para tal prática sem mobilização, e no estado civil o roubo é seguido pelo castigo; sendo assim, ninguém é obrigado a não resistir ao assalto aos bens que pertencem a todos. O mesmo é igualmente verdadeiro no caso daqueles que por seus procedimentos impróprios, nas dependências do Estado, causa miséria e dor.
E isto, é reconhecido como verdadeiro por todas as pessoas minimamente racionais, na medida em que se angustiam com os desmandos e corrupção na coisa pública. No entanto, existem os tolos, sem cabeças para a política, que não desejam participar do pensamento público. 
Chico de Oliveira

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