11 de set. de 2015

Injustiça é a incompatibilidade entre os costumes e a razão

As palavras justo e injusto, quando são atribuídas a homens, indicam a conformidade ou a incompatibilidade entre os costumes e a razão. Portanto um homem justo é aquele que toma o maior cuidado possível para que todas as suas ações sejam justas, e um homem injusto é o que despreza esse cuidado.
Uma pessoa justa não perde o direito a esse título por causa de uma ou algumas poucas ações injustas, derivadas de paixões repentinas ou de erros sobre coisas ou pessoas. Nem um homem iníquo deixa de assim ser considerado, por causa das ações que faz ou deixa de fazer devido ao medo, pois sua vontade não é determinada pela justiça, mas pelo benefício aparente do que faz.
 O que presta às ações humanas o sabor da justiça é uma certa nobreza ou coragem (raras vezes encontrada), em virtude da qual se despreza ficar devendo o bem-estar da vida à fraude ou ao desrespeito pelas leis. É essa justiça da conduta que se chama virtude, e a injustiça chama-se vício.
Portanto, a justiça das ações não faz com que os homens se chamem justos, e sim inocentes; e a injustiça das mesmas (também chamada injúria) faz-lhes atribuir apenas o nome de culpados. Isso quer dizer que uma pessoa justa pode ser culpada e uma injusta pode ser inocente, mas isso depende das ações envolvidas e julgadas no ocorrido.
Concluímos que o injusto é aquele que apresenta costume, disposição ou a aptidão para cometer crimes em suas ações, e é a injustiça antes de passar aos atos, e sem supor que algum indivíduo determinado haja sido injuriado. Sendo assim, o iníquo pesa as punições e pode até não cometer crimes, mas por perceber que eles trazem mais prejuízo que benefício para sua pessoa e não por ser uma pessoa justa.
Fundamentado em Gandhi 

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