Liberdade significa, em sentido próprio,
a ausência de impedimento para fazer aquilo que queremos, mas ela é relativa,
porque existem outros seres que podem estar envolvidos em nossas ações.
Quando nossas ações não favorecem a preservação
da vida a liberdade encontra oposição e fere as leis de natureza. O espaço de
liberdade é determinado pelas ameaças que essa pode expor a outros seres vivos.
Assim, não temos liberdade para matar outros e nem para delapidar patrimônio alheio.
No entanto, existem impedimento dentro do
próprio espaço de liberdade, uns são mais livres que outros para transitá-lo.
Os motivos para a limitação da liberdade são diversos no espaço, na cultura e no tempo, mas a racionalidade é fundamental.
Existem pessoas que são limitadas por
barreiras e não podem ultrapassá-las, outras o que impede o movimento faz parte
da constituição da própria pessoa. Não costumo dizer que esta não tem
liberdade, mas que falta a vontade de ser livre, como viver-se psicologicamente
impedido de pensar.
Ninguém
é obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude do pacto, no
entanto, quando as condições de liberdade não são alcançadas por todos, poucos
serão verdadeiramente livres. Uma pessoa livre é aquela que, naquelas coisas
que a lei permite e sua força é capaz de fazer, não é impedida de fazer o que
tem vontade.
E aqueles que tem força, mas não possuem vontade para ser livre, o que são? Que
tipo de pessoa se sujeita a servidão voluntária? Sempre que a palavra livre é escutada
por esses, dizem eles, há um abuso de linguagem; porque aqueles que não desejam
a liberdade não se encontram sujeitos a impedimentos.
Portanto, quando se diz, por exemplo, que você está livre para pensar,
não se está afirmando que você pensa, e sim que você não é obrigado a pensar.
E quando dizemos que a participação política é livre, não está falando que
você é politicamente ativo, mas que você não é obrigado a fazer política por
força de lei.
Chico de Oliveira