11 de set. de 2015

A política como Razão (Leviatã)

A razão aponta para necessidade de cada homem, não apenas por direito, mas também pelas determinações de sua natureza, esforça-se o mais que possa para conseguir o que é necessário à sua conservação, todo aquele que a tal se oponha, por causa de coisas supérfluas, é culpado da guerra que daí venha a resultar e, portanto, age contrariamente à lei fundamental da natureza que ordena procurar a paz. Aos que respeitam esta lei pode chamar-se sociáveis e aos que não o fazem obstinados, insociáveis ou intratáveis.
A razão, também não permite que a política seja vingativa, isto é, que os homens não sejam guiados pelo mal produzido no passado, mas pela importância do bem que o futuro pode trazer. O que sugere que devemos analisar o passado para planejar o futuro, pois a intenção é a correção das consequências de atos políticos errados.
Além do mais, a falta de gosto pela política não visa bem nenhum e não promove proveito vindouro, é um triunfo ou glorificação, com base no dano causado ao outro que não tende para fim algum (pois o fim é sempre alguma coisa vindoura). Ora, glorificar-se sem tender a um fim é vanglória, e contrário à razão, e causar dano sem razão tende a provocar a miséria, o que é contrário à lei de natureza. E geralmente se designa pelo nome de sandice.
E dado que todos os sinais de desprezo pela coisa pública tendem a provocar desgraça, e quando a maior parte das pessoas preferirem arriscar o bem social a gostar de política, podemos dizer que o Estado trará benefício para poucos. Nenhum sábio por atos, palavras, atitude ou gesto declara ódio ou desprezo pelo bem público e, sendo assim, não podemos fechar os olhos para os assuntos políticos, a não ser que sejamos tolos. 
Chico de Oliveira

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