Partindo
do princípio de que todos estão envolvidos nas ações políticas de um Estado,
até os que não fazem a ação em si, e de que uma ação política é a manifestação
da vontade de quem ordena, oralmente ou por escrito, ou mediante outros
suficientes argumentos da mesma vontade, podemos compreender que a ordem do
Estado visa o bem daqueles que participam ativamente da ação e de outros que
esses querem defender.
Para
participar ativamente das ações de um Estado precisa-se ter meios para delas se
informar. É óbvio que essa lógica, de informar-se, não se aplica aos débeis
naturais, às crianças e aos loucos, tal como não se aplica aos animais
irracionais, porque esses não podem ser classificados como justos ou injustos,
pois nunca tiveram capacidade para fazer qualquer pacto ou para compreender as
consequências do mesmo, portanto não apresentam capacidade lógica para serem
politizados, isso tudo por escolha e não por imposição.
Existem
aqueles que a Natureza ou um acidente tirou a possibilidade de informar-se das
leis em geral, mas há, também, aquele a quem imputa-se o próprio acidente. É
como a pessoa que corta a própria cabeça e tira os meios para informar-se de
qualquer ação do Estado, será culpado dos malefícios da ação por não a observar
e, para falar em termos próprios. Para ele essa ação não é coletiva sem sua
participação, esse desconhece totalmente a ação.
É, portanto,
necessário examinar os argumentos e sinais suficientes para o conhecimento do
que pode provocar uma ação, quer dizer, o que visa a ação? É uma ação que visa
o bem geral ou o bem particular? As ações políticas e gerais do Estado são obrigatórias
para todos os súditos sem exceção, e se você não estiver informado sobre elas é
culpado pelos danos daí decorrente. Não sendo débil natural, criança ou louco
deve procurar se informar em torno da administração das vidas humanas em tua
terra.
Chico de
Oliveira