4 de set. de 2015

A vitória do Homem massa

Vejo poucos querendo embelezar as faculdades do espírito, as artes que dependem das palavras, e especialmente aquela capacidade para proceder de acordo com regras gerais e infalíveis a que se chama Ciência; a qual muito poucos têm, é apenas numas poucas coisas, pois não é uma faculdade nata, nascida conosco, e não pode ser conseguida como a preguiça.
Encontra-se entre os homens uma igualdade natural, quase absoluta, na capacidade de aprender, ainda maior do que a igualdade de força. Porque o saber nada mais é do que experiência com aprendizado, que culturas semelhantes e tempos iguais de aplicação oferecem a todos os homens, naquelas coisas a que igualmente se dedicam, conhecimentos e saberes parecidos.
O que talvez possa tornar inaceitável essa igualdade é simplesmente a concepção vaidosa da aplicação pessoal. As classes menos favorecidas usam o tempo para outras aplicações que não favorecem o aprendizado das artes que dependem das palavras. Os homens médios supõem que os seletos têm sorte por ocuparem tal posição.
A natureza é tão justa que a capacidade de aprender é distribuída para quase todos os homens de maneira igual. No entanto, o meio cultural, a situação financeira e, em poucas pessoas, as complicações biológicas podem inibir o aprendizado. Sendo que a maior parte dos alunos não aprende por cultuar a inércia.
Os desprovidos de sabedoria agora não querem só o direito de pertencerem a grande massa, querem o direito de vetar o conhecimento e que todos sejam nivelados por baixo. E viva o fim do homem seleto.
Sociologia 3º ano ensino médio. Chico de Oliveira  


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