8 de out. de 2011

Uma resposta para uma pergunta

          Fizeram-me o seguinte questionamento outro dia: o que é fundamental para aquecer o cérebro de inteligência e sabedoria?
         A pergunta foi um tanto quanto inusitada e impactante. Inusitada pois, enquanto a pessoa me perguntava, eu imaginava suas palavras, e, quando ela chegou na palavra aquecer, eu desenhava em minha mente um caldeirão em fogo vivo. Quando ouvi as duas palavras seguintes, em menos da metade da metade de meio segundo: "o cérebro", somou-se ao caldeirão um cérebro fervendo. Foi tudo muito rápido.
        Impactante porque inteligência e sabedoria não se encontra tão fácil na mesma cabeça, ainda mais ao tempo. Nem consegui tirar o cérebro do caldeirão ao ouvir o término da pergunta.
        Nós humanos somos assim mesmo, respondi, sempre queremos forçar o encontro das necessidades, mesmo que elas nunca se cruzem, mas... Ler um pouco de Filosofia ajuda, porém deve ser Filosofia "da boa" e fique longe da autoajuda.
        Não sei se ajudei, mas sei que não atrapalhei. Eu poderia ter dito para procurar algo com finalidade informativa, como a diferença entre gorduras saturada, insaturada ou trans. Algo que aumente a qualidade de suas palavras numa conversa usual.
        Poderia também sugerir o esvaziamento de memórias e ideias prejudiciais ao seu intelecto, essas que o "povão" utiliza diariamente e buscar lá no subterrâneo perturbador onde habita o pensamento racional, o desbloqueio da inteligência interior, pois antes da sabedoria, vem a inteligência.
        Somos seres históricos e nosso país historicamente forma muitas mentes bloqueadas, sem incentivo e ego duvidoso. Isso é perturbador, necessitamos de um conflito introspectivo que solte o cadeado que prende nossa razão e nos faça conhecer o caminho da sabedoria.
        Parece um exagero, mas somos um povo que abandonou a lógica e nos podamos a cada geração um pouco mais, sobretudo as crianças. Há uma fábrica de cabeças alienadas em cada lar. É uma realidade que nem a ficção suporta.
        Talvez aquela imagem do cérebro cozinhando no caldeirão possa ser visto como metáfora de uma nova nação em construção. Posso estar sendo hiperbólico, mas esta é a geografia presente em quase todos os grupos.
        No entanto há outras respostas mais otimistas, ou menos pessimistas, afinal, estamos na pós-modernidade e cérebro é o que não falta.
César Ferraz: O pensador da razão

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