3 de mai. de 2017

Sociologia: 1ª aula do 2º bimestre - 2º ano do Ensino Médio.

Taylorismo e Fordismo 
                   Como vimos, o trabalhador vende seu trabalho, mas só recebe pela força de trabalho. Segundo Marx, aí existe uma dupla dimensão. A primeira dimensão é a alienação do trabalhador. A segunda, a mais-valia, termo cunhado por Marx para explicar essa relação de apropriação do trabalho como um todo e o pagamento de apenas uma parte dele. Na economia marxista, mais-valia é a diferença entre o valor que o trabalhador produz e o seu salário. O salário equivale a apenas parte do valor produzido pelo trabalhador e o restante é a mais-valia, apropriada pelo capitalista. Por exemplo, em um mês, uma montadora produz 100 automóveis, mas não paga o valor dos 100 carros para os trabalhadores. Paga apenas uma parte desse valor: a outra parte é o lucro do capitalista.
         O conceito de mais-valia talvez seja o mais importante dentre os desenvolvidos por Marx. Com esse conceito, Marx demonstrou uma desigualdade estrutural: para produzir mercadorias, o trabalhador se submete a uma relação na qual seu trabalho é explorado de forma cada vez mais intensa.
         Para entender como se dá a produção no capitalismo é necessário compreender as grandes transformações produtivas. O que podemos chamar de reestruturação produtiva, revolução tecnológica ou, nas palavras do pensador marxista italiano Antonio Gramsci, de revolução passiva. Para iniciar a discussão, vamos pensar nas seguintes questões: Por que é sempre necessário desenvolver a produção da indústria? Por que a produção sempre precisa crescer e avançar em termos tecnológicos?
          Ao longo do tempo, a produção industrial teve grande desenvolvimento. À produção manufatureira dos séculos XVI e XVII, realizada com poucos recursos tecnológicos, seguiu-se no século XVIII a introdução da maquinaria, que fez aumentar vertiginosamente a produtividade. Do fim do século XIX e começo do XX, com a utilização de formas de gerência taylorista e de produção fordista, até a produção toyotista dos anos 1960 e 1970, podemos constatar uma extraordinária transformação da produção industrial.
         A transformação industrial tem como objetivo central aumentar os lucros capitalistas. Para isso é necessário, ao mesmo tempo, aumentar a produtividade e controlar o coletivo de trabalhadores. A introdução de tecnologias não é um processo neutro: atende aos interesses das empresas e das indústrias. A substituição de uma máquina ultrapassada por outra mais eficiente, ao mesmo tempo em que aumenta a produtividade (a quantidade de mercadorias produzidas), amplia o controle sobre os trabalhadores.
         Vejamos um exemplo histórico: a Primeira Revolução Industrial. Antes dela, a produção, mesmo que já sob a lógica da propriedade privada do capitalista, era controlada pelos trabalhadores. Aqueles trabalhadores ainda conseguiam determinar o ritmo da produção, porque conservavam o saber-fazer. Com a introdução da máquina, o trabalhador perdeu o controle do ritmo da produção, que passou a ser ditado pela máquina. Ou seja, a máquina incorporou algumas técnicas de produção que pertenciam aos trabalhadores, submetendo o trabalhador coletivo a exercer tarefas mais simples.
         Aumentar a produtividade pode parecer positivo dada a grande quantidade de produtos à disposição da sociedade. Porém, não é isso que está em questão. Com a introdução da máquina, o trabalhador perde o controle sobre seu trabalho e sobre o conjunto dos trabalhos. Com isso, sua capacidade política se enfraquece, pois, seu trabalho pode ser facilmente substituído. Se a importância do trabalhador é enfraquecida, o mesmo acontece com seu poder de resistência política. A primeira conclusão, portanto, é que ao introduzir máquinas ou novas tecnologias, o capitalista consegue que o trabalhador produza mais e ainda tenha seu salário reduzido, já que seu poder de resistência diminui, à medida em que diminui também sua importância no processo de trabalho.
         A substituição de trabalho vivo por trabalho morto, isto é, a substituição de trabalhadores por máquinas, é um procedimento comum na produção capitalista. Como vimos, essa estratégia tem relação direta com o aumento da produtividade, com o maior controle do trabalhador e, portanto, com o aumento do lucro das empresas.
         Ao longo do tempo ocorreram alguns momentos de grande transformação produtiva no capitalismo. Cada vez que ocorre diminuição dos lucros, os capitalistas tomam medidas para restaurar a lucratividade perdida. No século XX, identificamos dois grandes momentos de reestruturação da produção. São eles: o taylorismo/fordismo e o toyotismo, duas reestruturações produtivas implementadas em momentos distintos. O taylorismo e o fordismo datam do fim do século XIX e início do XX, enquanto o toyotismo se desenvolveu a partir dos anos 1960 e 1970 na Europa, Estados Unidos e Japão.
Atividade
1º) Segundo Karl Marx, o trabalhador vende seu trabalho, mas não recebe tudo do que produz e ainda existe aí uma outra dimensão. Ele chamou os conceitos para definir tais dimensões de:
a) Trabalho justo e sensato.
b) Classe trabalhadora e burgueses.
c) Mais-valia e alienação.
d) Informação e Menos-valia.    

2º) Qual conceito foi usado por Karl Marx para demonstrar uma desigualdade estrutural para produzir mercadorias, na qual o trabalhador se submete a uma relação onde seu trabalho é explorado de forma cada vez mais intensa?
a) Alienação.
b) Mais-valia.
c) Burgueses.
d) proletariado.

3º) A transformação industrial tem como objetivo central aumentar os lucros capitalistas. Mas, para isso é necessário:
a) Que o capital seja usado com justiça social.
b) Que aumente os salários dos trabalhadores.
c) Que as decisão do uso do capital tenha influência de trabalhadores.  
b) Aumentar a produtividade e controlar o coletivo de trabalhadores.
Sociologia hoje (140 - 142): volume único: ensino médio /Igor José de Renó Machado [et al.]. 1. ed. São Paulo: Ática, 2013.

Poderá gostar também de:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...