13 de abr. de 2017

Sociologia: 8ª aula do 2º ano do Ensino Médio

Força de trabalho e alienação

                A desigualdade econômica é estrutural em nossa sociedade: está presente desde o início do capitalismo, ganhando novos contornos e feições em cada conjuntura histórica. Vimos, no item 1, que essa desigualdade tem relação com os meios de produção. Na formação do capitalismo, classes sociais distintas se estruturaram e com base nelas estruturou-se também uma forma de viver e de consumir. Essa divisão estabeleceu uma separação entre aqueles que têm os meios de produção e os que não os têm.
         Segundo Marx, essa relação não é apenas uma relação econômica. A divisão entre classes sociais impõe formas de vida específicas. Por exemplo, o acesso aos transportes das classes trabalhadoras não é o mesmo que o das classes capitalistas; o acesso à educação também não. Poderíamos listar muitas outras diferenças em relação à saúde, habitação, consumo, lazer, etc.
       Assim, apesar das leis, regras e normas que garantem a igualdade entre as pessoas, há diferenças sociais significativas entre os indivíduos. Para Marx, essa questão é estrutural nas sociedades divididas em classes, como a sociedade capitalista. Parecemos iguais, mas de fato somos recortados por diferenças que têm a ver com a divisão entre os que têm e os que não têm como produzir sua subsistência.
       Segundo Marx, a desigualdade social é fruto da divisão da sociedade em classes. Aqueles que têm os meios de produção (dinheiro, prédios, capital, ações na bolsa de valores, etc.) compram o trabalho daqueles que não têm esses meios.
        A questão se torna ainda mais complexa quando falamos em força de trabalho. Quando o capitalista paga pelas atividades desenvolvidas numa empresa ou indústria em um mês, o que ele está pagando? Por exemplo, se um grupo de trabalhadores está empregado em um ramo da construção civil, e se no fim do mês todos esses trabalhadores forem pagos pelo conjunto de seus trabalhos, o capitalista não terá lucro. Isso quer dizer que o capitalista paga a força de trabalho (a capacidade de trabalho) e não todo o trabalho realizado naquele período (o resultado do trabalho).
       Quando recebo meu salário mensal, acredito que estou sendo pago pelo total de meu trabalho, mas, na verdade, esse salário representa apenas uma parcela do trabalho que desenvolvi durante o mês. Marx entende que nessa relação de troca há uma aparência (ganho pelo meu trabalho) e algo oculto (ganho apenas parte do meu trabalho). Essa ocultação é uma forma de alienação.
       O trabalhador se aliena – se distancia – de seu próprio trabalho, pois seu trabalho é propriedade de outra pessoa. O trabalho não pertence mais ao trabalhador. O trabalhador produz, mas não se apropria do produto de seu trabalho, pois esse produto pertence ao capitalista, na forma de propriedade privada.

Você já pensou nisto?

                O lucro é uma forma de rendimento que está relacionada ao trabalho. O lucro é maior à medida que se paga menos pela força de trabalho. Se o capitalista corta o salário de seus empregados, seu lucro é maior; se ele aumenta os salários, seu lucro é menor. Por isso, há um movimento constante para reduzir o valor da força de trabalho, com o objetivo de aumentar os lucros. Reflita sobre essa questão: existe a possibilidade de chegar a uma condição mais equilibrada entre trabalhadores e capitalistas?

Atividade

1º) Desigualdade tem relação com os meios de produção, o capitalismo estabeleceu uma divisão entre aqueles que têm os meios de produção e os que não têm. Assim podemos dizer que a desigualdade é:
a) Conjuntural do modelo capitalista;
b) Conjuntural do capitalismo e do socialismo;
c) Estrutural do capitalismo;
d) Estrutural de modelos socialistas.

2º) As leis, regras e normas asseguram a igualdade entre as pessoas. Essa igualdade jurídica é uma questão estrutural nas sociedades capitalistas. Isso significa que?
a) Parecemos iguais, mas somos diferentes porque as leis tratam igual os desiguais;
b) Não somos iguais porque não existe igualdade jurídica;
c) A lei discrimina quem pode ser igual;
d) A lei sempre tomba, favoravelmente, para a igualdade social.

3º) A desigualdade social é fruto da divisão da sociedade em classes. Aqueles que têm os meios de produção compram o trabalho daqueles que não têm esses meios. Qual seria um a solução para minimizar o mal, já que ele não pode ser evitado?
a) Ser apolítico e participar de decisão alguma;
b) Excluir a maioria do povo das decisões políticas;
c) Divulgar que todos as pessoas que fazem políticas são corruptas;
d) Formar uma consciência social para participar das decisões públicas.
Sociologia hoje (138 - 140): volume único: ensino médio /Igor José de Renó Machado… [et al.]. – 1. ed. –São Paulo: Ática, 2013.

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