18 de abr. de 2017

Sociologia: 8ª aula do 3º ano do Ensino Médio

Organizações das Nações Unidas (ONU)

                A ONU tem diversos organismos e fundos que atuam em áreas específicas. Dois exemplos são a Organização Mundial de Saúde (OMS), fundamental no combate às epidemias globais, e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), que atua no apoio a políticas pela educação, alimentação e proteção de crianças.
            Além da ONU, há outras organizações internacionais com importante atuação, como a Organização Mundial do Comércio (OMC), que tenta incentivar o livre-comércio entre os países, e o Banco Mundial, que fornece empréstimos e consultoria para projetos de desenvolvimento. Há, também, diversas outras instituições que buscam regulamentar diferentes aspectos da vida internacional, dos padrões de segurança nas viagens aéreas até o funcionamento da internet.
            Seria equivocado dizer que o sistema das Nações Unidas substituiu o sistema de Westfália. As Nações Unidas não têm o monopólio da violência legítima no mundo; aliás, nem sequer têm um exército. Não é raro que grandes potências declarem guerra sem autorização da ONU, como ocorreu em 2003, quando os Estados Unidos invadiram o Iraque. E, nas grandes negociações internacionais, os Estados continuam sendo reconhecidos como principais representantes da população de cada território. Dessa forma, a maior parte da política internacional ainda é feita por acordos ou guerras entre Estados.
            Entretanto, também seria errado dizer que nada mudou. As Nações Unidas permanecem como um fórum em que os problemas mundiais são debatidos. Além disso, a organização desempenha funções importantes, como na formação, envio e manutenção de forças de paz para atuar em áreas onde tenham ocorrido guerras civis.
            Se é verdade que a política internacional ainda é feita fundamentalmente pelos Estados, também é verdade que parte importante da política internacional hoje em dia consiste em tentar influenciar as organizações internacionais, ou utilizá-las para os objetivos de cada país. Assim, parte importante da luta econômica entre os Estados (relacionada, por exemplo, ao protecionismo econômico) se dá nas negociações da Organização Mundial do Comércio. Se a globalização continuar a se desenvolver, é provável que esse tipo de negociação se torne cada vez mais importante.
            Há, enfim, uma última razão pela qual as organizações internacionais são importantes: elas são um espaço para que os diferentes países legitimem seu poder no cenário internacional. O especialista em relações internacionais norte-americano Joseph Nye Jr. (1937-) criou o conceito de poder suave para descrever a capacidade que os países têm de atrair aliados por meio de seus valores e de sua legitimidade. Por exemplo, muitos adversários dos Estados Unidos não apoiam a rede terrorista Al-Qaeda (que periodicamente realiza atentados contra alvos dos Estados Unidos e de seus aliados) por rejeitar os valores religiosos fundamentalistas que ela defende. Podemos dizer, portanto, que a Al-Qaeda tem um poder suave bastante limitado: muitas pessoas que poderiam se aliar a ela não o fazem porque não concordam com seus valores.
            As Organizações Internacionais, por serem espaços em que os países discutem pacificamente suas diferenças, fortalecem a legitimidade dos que nelas atuam. Voltando ao exemplo da invasão do Iraque pelos Estados Unidos: embora esse fato mostre que a ONU não teve poder para impedir os Estados Unidos de invadir o Iraque, é significativo que, antes da invasão, os norte-americanos tenham tentado convencer os demais países-membros da organização de que a invasão seria justificável. É também importante notar que a decisão de invadir sem autorização da ONU diminuiu o poder suave norte-americano: cidadãos de diversos países aliados aos Estados Unidos não reconheceram a legitimidade da invasão e passaram a exigir que seus governos deixassem de apoiá-los.

Você já pensou nisto?

                Você provavelmente já acessou a internet, seja em um computador, seja em um celular. Você já se perguntou como, exatamente, aquilo funciona? Por exemplo, quando uma empresa ou um time de futebol montam seus sites, quem registra esses endereços na internet? Quem garante que eles não serão usados por outras pessoas? Essa e outras tarefas relacionadas ao funcionamento da rede mundial de computadores são desempenhadas por uma organização internacional chamada Corporação da Internet para Atribuição de Nomes e Números (ICANN, na sigla em inglês). A ICANN, sediada nos Estados Unidos, garante que a internet continue a ser realmente global: imagine se cada vez que você digitasse o endereço de um site pudesse ir parar em qualquer um dos 50 mil sites com endereço igual!

Atividade

1º) Por que as Nações Unidas, apesar de agrupar centenas de países, não têm o monopólio da violência legítima no mundo?
a) Porque não tem um território.
b) Não pode elaborar normas mundiais.
c) Não tem um exército próprio.
d) Não tem um conselho de segurança.

2º) Por que a maior parte da política internacional ainda é feita por acordos ou guerras entre Estados?
a) Estados continuam sendo os principais representantes da população de cada território.
b) Em acordo com a maioria dos Estados a ONU não quis representar os Estados membros.
c) Não é importante para a paz mundial uma organização como a ONU.
d) Porque a política internacional de ser feita através da força.   

3º) O conceito de poder suave serve para descrever a capacidade que os países e organizações têm de atrair aliados por meio de seus valores e de sua legitimidade. Por que o poder suava da Al-Qaeda é pequeno?
a) Porque muitas pessoas que poderiam se aliar a ela não o fazem porque tem receio da força americana.
b) Porque o número de pessoas que poderiam se aliar a ela é irrelevante no mundo.
c) Por que as questões defendidas por terroristas não têm fundamentos religiosos.  
d) Muitas pessoas que poderiam se aliar a ela não o fazem porque não concordam com seus valores.
Sociologia hoje (232 - 233): volume único: ensino médio /Igor José de Renó Machado… [et al.]. – 1. ed. –São Paulo: Ática, 2013.

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