6 de mar. de 2011

É proibido estudar

 

E não é que o Ministério da Educação e Cultura agora está recomendado às escolas o fim da repetência até o terceiro ano do ensino fundamental?


Para quem não sabe, os três primeiros anos da vida escolar são decisivos para a alfabetização.


Mas, quem se importa se os estudantes chegarão ao quarto ano completamente analfabetos?


O que interessa é não fazer o aluno repetir de ano, mesmo que isso ponha em cheque todo o futuro desse cidadão, que um dia, lá na frente, terá que se submeter a inúmeros processos de seleção, tanto acadêmicos quanto profissionais....


Então, para quê estudar, ler, se esforçar, aprender, se você, estudante, pode ser aprovado, simples, tranquila e automaticamente?


Uma lição de retrocesso. É isso o que o MEC está dando a todos os brasileiros: alunos ou não.


Mas, por que será que o Ministério da Educação, de uma hora para a outra, resolve desaprovar a reprovação?


Simples. A reprovação custa caro. Quase onze bilhões de reais por ano.


No fim das contas, é tudo uma questão de números. É tudo uma questão de não sair perdendo – do ponto de vista financeiro, é claro.


Aí, o MEC se justifica. “Ah, mas nos países que implantaram esse sistema, como França e Japão, o ensino melhorou.”


Senhores mestres do bom senso, não há fórmula mágica para o ensino melhorar.


Nos países desenvolvidos, o ensino melhorou por que é levado a sério. Educação, na França, é condição para a evolução de todo o país.


No Japão e na França, senhor ministro da Educação, os estudantes que não se saem bem em alguma disciplina são acompanhados rigorosamente por uma equipe de profissionais qualificados e dispostos, a todo o custo, a faze-los superar as dificuldades.


Não tem ninguém para passar a mão na cabeça do aluno e fazer de conta que ele é um gênio, quando, na verdade, mal aprendeu a escrever o nome.


Mas a lógica do Brasil funciona de outro jeito:


É mais fácil e mais barato aprovar os alunos indiscriminadamente do que investir na qualidade do ensino, contratando bons professores, pagando salários justos, pensando a educação como prioridade neste país.


É o Brasil na contra-mão da história, enterrando o sistema de ensino meritório e sua história de sucesso que remonta há milênios.


Do jeito que as coisas vão, o futuro do país será bem interessante. Com as bênçãos do MEC, teremos um Brasil de alfabetizados de direito e analfabetos de fato.

 

Vi no blog de  Rachel Sheherazade

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