Como vimos, Karl Marx (ver Perfil no capítulo 6) parte da relação entre proprietários e não proprietários dos meios de produção para caracterizar a formação das classes sociais e da sociedade capitalista. Para ele, essa divisão social é a primeira forma de divisão do trabalho: a divisão entre aqueles que produzem (os trabalhadores) e aqueles que se apropriam privadamente da produção (os proprietários).
Segundo Marx, a dinâmica social capitalista está centrada na propriedade privada. Com base nela se constituem as classes sociais e todas as relações de troca. De um lado, estão aqueles que precisam vender sua força de trabalho, pois não têm as condições materiais para produzir sua subsistência. De outro, aqueles que compram a força de trabalho, na medida em que se apropriaram dos meios de produção, convertendo-os em sua propriedade privada. Para estruturar esse raciocínio, Marx pressupõe que a realidade das sociedades divididas em classes é contraditória e que, para analisar essa realidade contraditória, é necessário um método dialético.