O ensino de ciências na SECITEC/MT vive uma contradição. Por um lado, especialistas apontam a importância das ciências naturais para o país, trazendo-as para o Ensino Básico. Os alunos desse nível educacional, dizem, devem ter mais contato com as experiências científicas, segundo as Orientações Curriculares Nacionais para o Ensino Médio (OCNEM, 2009). Por outro lado, o país vive o chamado “apagão docente” - um déficit cada vez mais crítico na formação de professores, liderado exatamente por disciplinas como física e química (MEC, 2008).
O estímulo ao ensino de ciências é uma política nacional nos países desenvolvidos e objeto de preocupação em muitas nações, informa o físico Ernst Hamburger, da Universidade de São Paulo (USP), renomado especialista em divulgação científica. Esta é uma tendência visível entre os meios de comunicação mais sensatos da sociedade, que ainda não foi percebido pelos gestores da SECITEC/MT.
No entanto, o laboratório da SECITEC/MT – Sinop não tem recursos nem para comprar uma simples lâmpada de microscópio, ou talvez os gestores e coordenadores não estejam interessados nesta área e, sendo assim, não se faz necessário viabilizar o funcionamento desse. O fato é que existem laboratórios de ciências no Estado sem apoio técnico e financeiro da secretaria que deveria cuidar da área de ciência e tecnologia deste. Desde janeiro de 2008, não aparece sequer um responsável técnico da SECITEC/MT na unidade de Sinop, sendo assim, é possível concluir que: ou eles não sabem da existência do laboratório desta escola, ou não se interessam por ciências.
Mas não podemos acreditar que as pessoas dessa Secretaria não gostem de ciência, logo existe a probabilidade de não saberem da existência deste laboratório.
A SECITEC/MT é uma instituição que está em contradição com o ensino, enquanto os países sérios procuram doutores e profissionais especializados para trabalharem na área de ciência e tecnologia, ela adota o critério da afinidade política para seu quadro de servidores. É lamentável, mas é a pura verdade. Nem a educação escapa do cabide de emprego.
Autor: Francisco Antonio de Oliveira Filho – Técnico em Química – SECITEC/Sinop
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