A carroça da loucura não tem objetos inúteis, mas sim utilizáveis pela massa populacional. Coisas como chapéus osmóticos para conhecimento, foguetes sem motor e enxugadores de nuvens são os mais vendidos ao coletivo da loucura, que forma o grupo anestesiado da população.
Os vendedores
de loucuras, também conhecidos como lobistas das crenças, não perguntam o que
as pessoas querem; eles simplesmente sabem que as pessoas não sabem o que
querem e, assim, oferecem devaneios. Como vender passagens para o céu em
foguetes sem motor, mapas para ir ao paraíso sem descrever o caminho, terrenos
no mundo celestial sem registro em cartório e até a transferência de
conhecimento por osmose. Eles estão a serviço da enganação.
Os portadores de comportamentos irracionais e ilusórios, que são adquiridos e
perpetuados na sociedade, pode comprar e vender seu estilo de vida cultural nos
templos da cidade, preocupa-se com os castigos advindos de suas próprias
maldades e se interessa na felicidade embalada nos pacotes de cultura a venda
nas bodegas celestiais. A
loucura é suprema.
O homem
triste, mas portador de uma loucura suprema, uma loucura cultuada em várias
casas que ele mesmo chama de templo, com costumes e comportamentos considerados
justos que, curiosamente, produzem uma sociedade injusta, abastece sua alma do
nascimento até a morte, ainda faz dele um transmissor do mar de desvaneio.
A loucura, comprada junto aos vendedores de ilusões, contribui muito para que se pense que o vinho não pode ser transformado em água na destilação. Também contribui para a consciência dominante de que é mais fácil um camelo passar no fundo de uma agulha do que todos serem bem alimentados neste país chamado Brasil.
A loucura é tão aceita que não precisa ser imposta, mas agora é vendida como qualquer produto e em bodegas celestiais. Os escravizados da loucura compram as correntes e as amaras para serem aprisionados nas cavernas do atraso.
É tão chique ser louco que a loucura agora é compartilhada.