Nos anos 60 e 70 do século XX a escola pública brasileira não era lugar para os mais humildes. Na verdade, preparava-se a classe média para uma posição intermediária entre os mais pobres e a elite nacional. Aqueles que concluíam o ginásio podiam se colocar em um escritório, um cargo de encarregado ou supervisor em uma fábrica, ou até mesmo a gerência de uma pequena empresa. O científico era garantia de uma posição de mais qualidade. Com certeza um cargo público no Banco do Brasil, uma posição de chefia em uma repartição de um ministério qualquer, o suboficialato nas forças armadas, ou ainda almejar a entrada em uma faculdade. O ensino era rigoroso e de qualidade. Os mais pobres eram descartados ainda no primário. Ainda que, concluir o primário já garantia alguma diferenciação profissional. Muitos se orgulhavam de tê-lo concluído.