Morador de Guarantã do Norte (721 km de Cuiabá), José Ribeiro move ação contra o deputado estadual José Riva (PSD), presidente da Assembleia, e o conselheiro afastado do TCE, o ex-deputado Humberto Bosaipo (DEM).
Juntos, Riva e Bosaipo respondem a 102 ações de improbidade administrativa sob a acusação de comandarem um suposto esquema fraudulento que, por meio de cheques da Assembleia a empresas de fachada, teria desviado mais de R$ 200 milhões dos cofres públicos.
Uma dessas ações trata de 29 cheques nominais repassados como pagamento à Gráfica e Editora Guanabara Ltda., totalizando R$ 882 mil por serviços que, de acordo com o Ministério Público, jamais foram realizados.
A empresa estava registrada em nome de Ribeiro, que diz que nunca trabalhou no "ramo de gráficas". "Descobri que era empresário em 2004, quando chegou a intimação na minha porta."
Na ação de improbidade, a Promotoria afirma que, embora tenha recebido valores consideráveis como pagamento da Assembleia, a Guanabara nunca existiu de fato.
Depois de emitidos, os cheques à empresa, segundo as investigações, foram sacados diretamente na boca do caixa ou descontados em uma factoring pertencente ao "comendador" João Arcanjo Ribeiro, preso e condenado por envolvimento com o crime organizado no Estado.
O inquérito apurou que as assinaturas atribuídas a Ribeiro eram falsas e que seus documentos foram utilizados sem o seu conhecimento. "Enfim, percebe-se que este cidadão teve sua identidade violada e usada de forma indevida", diz a Promotoria
Na ação contra Riva e Bosaipo, Ribeiro pede indenização por danos morais materiais de 3.000 salários mínimos (R$ 1.635.000), além de uma pensão, mensal e vitalícia, equivalente a dez salários mínimos (R$ 5.540).
Os meliantes negam os roubos e dizem que foi Chicó.